A festa de Nossa Senhora do Rosário foi instituída, no ano de 1571, em comemoração à vitória na batalha de Lepanto. Nesse dia, os católicos venceram essa difícil batalha contra os turcos muçulmanos, que ameaçavam invadir a Europa. Posteriormente, a festa foi estendida à Igreja universal, em ação de graças pela vitória nessa batalha.

Segundo a tradição, no século XIII, São Domingos de Gusmão recebeu a oração do Rosário da própria Virgem Maria, como uma arma para vencer as heresias. Dessa forma, a Virgem do Rosário alcançou a São Domingos a vitória sobre a heresia dos cátaros albigenses e fê-lo fundador da grande Ordem dos Dominicanos, também conhecida como Ordem dos Pregadores.

No século XVI, como em outros tempos, a Europa vivia na iminência de uma invasão dos muçulmanos. Em 1453, eles já haviam tomado Constantinopla e ameaçavam tomar também Roma, sede da Igreja Católica. Nesse contexto histórico, o Papa São Pio V, que era da Ordem fundada por Domingos, recebeu de Nossa Senhora a revelação de que os católicos venceriam a batalha contra os muçulmanos por meio da oração do Santo Rosário. Cheio de confiança nessa promessa, o Sumo Pontífice pediu, então, que toda a Igreja Católica, inclusive aqueles que participariam das batalhas, rezassem, com fé e devoção, o Rosário.

Conforme prometeu a Virgem do Rosário, no dia 7 de outubro de 1571, os católicos venceram a memorável batalha naval de Lepanto, no litoral da Grécia, contra os turcos muçulmanos. Em honra desta vitória milagrosa, tendo em vista que os muçulmanos envolvidos na batalha eram muito mais numerosos que os católicos, o Santo Padre instituiu, nessa data, a festa de Nossa Senhora do Rosário.

A Capela de Nossa Senhora do Rosário tem uma decoração em estilo neoclássico (séc. XIX), estando enquadrada arco com frontão triangular em pedra, com pintura decorativa original do século XVII.

No período neoclássico as estruturas retabulares tornam-se mais lineares, adquirindo maior contenção e sobriedade, através do recurso a elementos decorativos da época clássica, centrando-se o vocabulário ornamental sobretudo nos frontões, frisos e colunas.

O altar pintado a “branco de leite” é constituído por um só corpo vertical ladeado por duas colunas, e três tramos horizontais: no primeiro localiza-se a mesa do altar, com decoração dourada com motivos vegetalistas estilizados; no segundo tramo localiza-se o sacrário; no terceiro tramo desenvolve-se uma grande tribuna central, com trono piramidal em degraus, muito característico dos retábulos deste período.

A escultura de vulto de Nossa Senhora do Rosário, dourada e policromada, também do século XIX, impõe-se sobre o trono, enquadrada num pequeno nicho pintado e dourado, com frontão neoclássico.

Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas,

para que nós, que, pela anunciação do Anjo,

conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho,

pela sua paixão e morte na cruz

e com a intercessão da bem-aventurada Virgem Maria,

alcancemos a glória da ressurreição.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,

que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.